O CURRÍCULO “OCULTO” E O IDEB
Rosilda Mara Rodrigues Moroso (Sissa) – Pedagoga /Especialista em Psicopedagogia/Assistente Técnico Pedagógico na E.E.B.PROF PEDRO DA RÉ - CRICIÚMA/SC
Já estamos no segundo semestre e logo vai começar as provas do MEC: Provinha Brasil, Prova do SAEB, ENEM, ENSEJA, as Olimpíadas da Matemática e as escolas precisam preparar seus alunos para esta realidade.
Existe uma meta do Ministério da Educação para que o IDEB do Brasil melhore a cada ano, pois temos que chegar ou igualar a media 6,0, igual aos países desenvolvidos. Nas escolas particulares, que já vivem na concorrência por mais clientes e melhores classificações nos vestibulares, agora fazem até cursinho para melhorar as notas do ENEM. Enquanto as escolas públicas fazem de tudo pra tentar melhorar a sua qualidade de ensino.
Todas as escolas têm seu currículo, que na sua etimologia quer dizer corrida, um caminho a ser realizado. As escolas seguem seu currículo descrito nos planejamentos, para ensinar os conteúdos “historicamente acumulados” como referência para a reprodução do conhecimento. Mas infelizmente, temos o currículo oculto, que aparece todos os dias na realidade das escolas e que precisa ser trabalhado, até para melhorar as relações dentro das unidades escolares.
Temos ainda as relações de poder na escola, a falta da tal democracia, a questão de gênero e da violência, tão presentes nas escolas. Os professores precisam colocar como conteúdo a realidade dos seus alunos, não adianta correr com o conteúdo escolar, se o aluno precisa é entender como resolver seus conflitos pessoais, como entender os valores de “quem pode mais chora menos”, tentar diminuir a marginalidade, os problemas ambientais e a falta de valores nesta sociedade atual.
Outro dia, uma professora mandou pesquisar na Internet os conceitos de fraternidade, honestidade, lealdade e os alunos não encontraram, pois estes valores devem ser aprendidos na família e utilizados pela escola na prática, não se acha estes conteúdos por aí, tem que vivenciar.
A escola deve parar de dar conteúdos supérfluos, falar de heróis como Zumbi e não só de Tiradentes, ensinar bem as quatro operações de fato e não só como usar a calculadora, ensinar a escrever e não somente copiar. Com o acordo ortográfico fica mais difícil, não de ensinar os alunos que ainda pouco sabe de gramática, mas de mudar a forma de escrever dos educadores.
As formas de avaliação nas escolas devem mudar, porque os questionários não levam a nada, as questões atuais são problematizas e com aspectos dos conhecimentos do dia-a-dia. As questões de matemática são simplesmente interpretação da realidade e quem não discute na escola questões da atualidade não sabe responder questões simples da vida.
Tudo que é novo gera insatisfação, pois temos aversão à mudança. Nossos alunos não são mais os mesmos e os professores precisam dar conta disso. Se todos entenderem o currículo oculto e tentarem colocar dentro dos conteúdos curriculares, será muito melhor nossa educação, pois com o ENEM e os vestibulares requerem a mudança na forma de dar aula, pois a prova é relacionada com a realidade, se a escola quiser melhorar seu IDEB, precisa mudar seu currículo e a sua prática pedagógica, pois uma coisa é trabalhar na sala de aula os temas descontextualizados, outra são os conteúdos que preparam para a vida, para sempre.
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Olá Sissa, desculpe chamá-la pelo apelido, adorei o artigo e concordo com a frase que fala dos textos descontextualizados. Quando eu estava no 2º grau eu já me revoltava com tantos conteúdos que fomos obrigados a estudar e tantos outros que passaram despercebidos que hoje em dia nos fazem falta.Patricia ATP.
ResponderExcluirOi, Janete!
ResponderExcluirTambém concordo com você sobre as mudanças necessárias no ambiente escolar, no currículo, nos conteúdos e nas avaliações; e creio que o trabalho com as mídias é um bom começo. Conforme o curso Mídias na Educação, o uso das tecnologias, dos blogs, flogs e webquests pode contribuir imensamente para a melhoria da qualidade do ensino em nossas escolas.